Respeito ao Mestre com carinho

O Rio de Janeiro está vivendo um caos por causa da greve dos professores da rede pública. Mas o grande caos não é apenas pela greve e sim pela truculência que esses profissionais da educação estão sendo tratados pela polícia, e as autoridades políticas parecem fazer nada para atender as reivindicações dos professores.

Para entendermos melhor, vejam os seguintes pontos que foram publicados e muito bem explicado por um usuário da rede social:

- Os profissionais entraram em greve por uma série de reivindicações, dentre elas um bom plano de carreira (que valorize esses profissionais e, com isso, contribua para a melhoria da educação pública).

- O prefeito se recusou a negociar, foi à televisão e afirmou que não negociaria. Éramos muito, fizemos barulho e ele teve de ceder. Assinou uma ata, assumindo vários compromissos: o primeiro justamente era elaborar um plano de carreira com a participação do sindicato. A greve acabou.

- O plano foi elaborado sem a participação do sindicato e desrespeitou as demandas que os profissionais colocam, numa discussão histórica que essa categoria faz a respeito de sua carreira. Antes de apresentar o plano ao sindicato, o prefeito se reuniu com os vereadores aliados do seu governo para combinar a aprovação do tal plano.

- Por quê? Porque, ao contrário do que ele afirma, o plano não é bom. Assim que os profissionais o receberam, se mostraram contrários e retornaram à greve.

- Desde então, o prefeito vem pressionando muito sua base aliada na Câmara pela aprovação do plano, inclusive impondo caráter de urgência a essa aprovação, o que elimina a possibilidade do plano ser melhor discutido. Os profissionais da educação ocuparam a Câmara.

- A prefeitura, conjuntamente com a presidência da Câmara, comanda a expulsão truculenta dos profissionais que ocupavam a Câmara. A expulsão ocorreu sem mandato judicial.

- Depois disso, os policias cercaram a Câmara e impediram que os profissionais pudessem acompanhar a votação e circular livremente pelo seu entorno. Bombas foram usadas à vontade e, no fim do dia, a Cinelândia virou uma praça de guerra. Os professores foram expulsos dos arredores da Câmara, enquanto os vereadores puderam, indiferentes a tudo que ocorria, votar a aprovação do plano enviado pela prefeitura.

- Resumindo, o prefeito não só passou por cima das demandas dos profissionais da educação e, com isso, da própria educação pública, como passou por cima do bom senso, da dignidade, dos pressupostos de manutenção do estado democrático e, através da polícia militar (que atendeu a seus interesses), passou LITERALMENTE por cima de inúmeros professores.

É triste porque essas mesmas autoridades esqueceram da importância da educação e do professor que é responsável do saber, o edificador dos pensamentos e do destino que cada um traça para a vida profissional.